HÁ 11 ANOS... DIRETO DO TÚNEL DO TEMPO
Hoje eu tô saudosista. Há exatos 11 anos. Dia 11 de outubro de 1994 também caiu numa sexta-feira e era de um calor insuportável!
Alguns me perguntam como é que eu me lembro. Eu respondo: foi um dia especialíssimo, pois, depois de uns dois meses ensaiando, a primeira formação daquela banda que se chamaria Sfincther, fazia sua primeira apresentação sob o nome de The Leprechaun, com a sua primeira formação: Dantas (vocais e guitarra), Tony Vendramini (guitarra) e Dudu Azevedo (bateria).
Tudo aconteceu no III Festival de Música e Poesia do CIC e, pela primeira vez eu apresentaria uma música minha com banda. Nos anos anteriores eu havia tocado com meu primo Marco, apenas violão e voz.
Eu tava inspirado. Comprei uma guitarra nova com meu próprio dinheiro e abandonei a minha primeira Gianinni Les Paul verde. Uma Stratojet preta. Fiz Ninguém é de Ninguém pensando em alguns problemas e achava que estava bom. Mas comecei a escutar Nada Mudou, do Leo Jaime e na sequência, o Jornal Nacional mostrava uma matéria sobre crianças pedindo dinheiro nos sinais. Era uma época onde os jovens se diziam cara-pintada, eu tinha um amigo desenhando o símbolo da Anarquia em tudo, me achava politizado e odiava o óbvio, a burguesia... Em pouco tempo Sociedade Burguesa estava pronta.
Me lembro de ter saído da aula com o Tony, ido a saudosa Casas Milton, em Copacabana, comprar palhetas, um boné e uma blusa do Motorhead que eu tinha gostado muito pra usar naquela noite.
A gente tocou as duas músicas e tínhamos uma banda como rival bem a altura, mas entramos com a torcida conosco!
Na mesma noite ainda tocamos pela primeira vez uma música, de improviso, que viria a ser frequente em nosso set list: Mauro Bundinha, do Ultraje.
Só tivemos o apoio no Douglas, tocando baixo improvisado em Ninguém é de Ninguém e tocamos Sociedade Burguesa em um power trio matador, com duas guitarras mesmo! Com direito até a solo, apresentação da banda, agradecimentos, samba e o baterista em pé!
É... Que saudade...
Ficamos com o primeiro lugar (Sociedade Burguesa) e o segundo (Ninguém é de Ninguém). Ganhamos medalhas, CD`s e o reconhecimento absoluto da escola! Um sonho realizado.
A banda foi, voltou, foi... Até que tentou se reunir recentemente, sem sucesso...
Um CD inacabado, mudou a formação e parou na memória de quem viu e ouviu!
O Sfincther teve: Dantas (Consultor de T&D, metido a produtor), Tony (irmão, parceiro e repórter da RedeTV), Dudu Azevedo (Ator de novelas da Globo), Fabio "Pinguim" (jornalista e multi-instrumentista), Guilherme "NoBlood" (arquiteto), Boecker (jornalista e auxiliar de produção), André "Negão" (estudante de direito, estudante de comunicação, filho e pai), Luiz "Jesus" (o único guia conhecedor do caminho das pedras...) e Marco 9 e seu Sfincther-Móvel (primo, diretor de cooperativa e eterno incentivador)...
Ainda com uma lágrima nos olhos, lembro de tudo como se fosse hoje.
Que saudades!
Tony, Dudu, Fabio, Guilherme, Boecker... Este post de hoje é dedicado a vocês, eternos sfincther boys!
NOTA: Infelizmente não achei nenhuma foto dessa apresentção, mas ainda tenho tudo na memória como se fosse ontem...
Ao som de Roda-Viva, do Chico Buarque.
Um comentário:
Meu amigo, essas são cenas que jamais sairão da minha cabeça. Uma pena que o sonho acabou. Acho que hoje todos temos noção do que aquilo representou. O Sfincther foi mais que uma banda. Foi um grupo de amigos. Foi uma família. Quem me dera voltar no tempo e recomeçar. Faria tudo outra vez. Bons tempos... Bons tempos...
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