FALCÃO
Eu fico impressionado com a repercussão que o documentário do MV Bill está tendo!
Não achei que tivesse narrativa de documentário. Achei um misto de imagens que mostravam determinada situação e que chocam, apenas. Me pareceu algo como aquele quadro Repórter por um Dia, do próprio Fantástico. E, mais, ainda era novidade para alguém que menores carregam armas nos morros e morrem durante sua trajetória no tráfico?
Não estou desmerecendo o documentário! De maneira alguma!
Só acho que fizeram muita festa com pouco confete. Tudo o que apareceu é notícia velha. O próprio Fantástico já mostrou dezenas de vezes a situação em que vivem os garotos nos morros do Rio de Janeiro.
É triste ver crianças de 10 a 17 anos (Sim! Crianças de 17 anos, pois eles não têm como ter infância. Crescem por obrigação, mas continuam sendo crianças por dentro. Crianças que NUNCA TIVERAM OPORTUNIDADE DE SER) carregando armas, na maioria das vezes, maiores que si próprios.
É triste ver a realidade que quase todos os entrevistados no documentário já morreram.
É mais triste ainda ver esse documentário sendo repetido exaustivamente. Na semana da exibição TODOS os programas e noticiários da Globo exibiram trechos e até ele inteiro de novo. Isso, sem contar outras emissoras que o comentavam incessantemente.
Agora, uma semana passou e lá estava o MV Bill no Faustão, no Fantástico mostrando e comentando o making of... Cara! Isso, infelizmente me soa como campanha pra Globo tentar ganhar prêmios internacionais de reportagem, documentários, etc...
Chega uma hora que enche o saco!
O que me deixa indignado é pensar que pra se tomar conhecimento e se alarmar para um problema antigo seja preciso fazer um documentário para ser exibido no Fantástico!
E mais, fica parecendo que no Rio de Janeiro só tem isso! Não vai me surpreender se aparecerem outros com matérias sobre São Paulo e outras cidades e, para amenizar, depois surgirem matérias exaltando o Rio de novo, afinal ano que vem é ano de Pan!
O que não entendo, realmente, é pra quê ficar repetindo isso e comentando ele a exautão? IBOPE? Fixar a mensagem? Tomar providências? Ganhar prêmios? Dar assunto às conversas de botequim?
Independente da resposta, já levantaram o problema, né? Bom, agora é só correrem atrás da solução e depois fazer um outro documentário com a solução e mais um com o assunto resolvido!
Ah! Isso não dá IBOPE... O que o povo quer ver é desgraça, problemas, crime...
Ok, então está certo! Sábio é o Stallone que em 1987 já previu isso e fez o seu Falcão, este sim, o Campeão dos Campeões!
Ao som de Aquela Coisa Toda, com Rogério Skylab.
2 comentários:
Ei velho. Concordo com algumas coisas, mas não com tudo.
O documentário não precisa ter narrativa em over para ser documentário. Ele pode ser feito como foi o "Falcão." São vários os exemplos. Quando se faz um documentário assim, a idéia é justamente mostrar o problema sob o ponto de vista de quem o vive e não de um narrador. Em segundo lugar, o filme não foi feito só no Rio, mas em várias capitais.
Eu concordo que nada disso é novidade. É notícia veeeelha, cheirando a mofo. Mas a exibição que era para acontecer há dois ou três anos não pode ser feita por problemas de segurança e desentendimento entre a emissora e o produtor.
Sem falar que apesar da notícia ser velha (vide Dona Vitória no Jornal Extra), esse tipo de imagem sempre choca os que não vivem esse cotidiano. Pela minha profissão, nada disso me surpreende mesmo.
Abração ae!
Brother, concordo com vc. Não precisa ter uma narração em over mesmo. Mas não foi isso que eu disse. Eu acho que a Globo mostrou as coisas de um jeito exclusivamente "Globo", entende?
Achei a montagem tendenciosa.
E isso choca porque o povo tá acostumado a ver a riqueza do Leblon nas novelas e esquece que atrás existem favelas...
Sim, acho válido! Mas me choca é saber que para o povo se conscientizar precisa ser através disso! Lamentável, né?
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