TIBÚRCIO E A COLETA DE ANIVERSÁRIO
Vocês nem sentiram a falta e ele voltou...

Era uma sexta feira como muitas outras no escritório. Todo mundo no clima de fim-de-semana e doido pra dar 18h.

Alguém lembrou:

- Ih! Ontem foi aniversário da Claudismira, não vai ter nada? Ela sai de férias hoje...

Todos concordaram, mas como presentes e bolos já se tornaram comuns após uma ou duas semanas haviam relaxado, e Danisleuza continuou:

- Eu tô super enrolada. Tiburcio, pode recolher o dinheiro do povo e pedir uma torta?

- Ok, deixa comigo!

Ele ligou pra docerias e nenhuma delas faria entrega até as 17h. Já passavam de 15h, mas ele conseguiu uma que entregaria no horário desejado. Correu, então, para arrecadação dos valores. R$ 2,00 como sempre!

Ouviu de tudo:

"Não tenho!"
"Se fosse pra mim, eu pagava"
"Pra quem?! Não tenho trocado..."
"Tô de mal com a vida e não vou contribuir"

No final, não havia conseguido nem metade dos valores. E deu 17h.

Não pestanejou, afinal, sempre contribuira com todos e não ia deixar Claudismira sem seu bolo. Inteirou R$ 15,00 de seu próprio bolso e escutou de alguém:

- É mesmo um péla saco!

Ignorou, pegou a torta e voltou pra cantar parabéns. Até que alguém que não tinha contribuído falou:

- Mas no seco?! Sem uma Coca? Não tem algo pra beber?

Ele respirou fundo, sorriu e respondeu:

- Não. Se você tivesse ao menos contribuído com a torta que está comendo, poderia até ter salgadinhos...

Sorriu e pegou a mochila antes de 17:30h. Pra ele o expediente já havia acabado. E saiu assobiando "Vai Passar", do Chico Buarque.