E O SARGENTO PIMENTA COMPLETOU 40 ANOS...
Qualquer pessoa que me pergunte qual o meu Top 5 com os melhores discos de todos os tempos, sabe que ele estará lá!
Se fizer um Top 5 dos Beatles, então... Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band tem um lugar cativo. Ele, junto ao Álbum Branco e ao Revolver são, na minha opinião, discografia obrigatória pra qualquer pessoa que goste de música e Beatles.
Me lembro quando comprei o CD. Estava comprando todos os CDs para completar minha discografia dos Beatles e, queria seguir a ordem de lançamento por uma lógica ou, sei lá, porque talvez gostasse mais da fase iê iê iê.
Foi numa promoção nas Lojas Americanas, quando ainda era barato comprar CD. Comprei na mesma leva o Sgt. Pepper e o Magical Mistery Tour.
Cheguei em casa e à primeira audição me soou estranho. Eu só ouvia as muito conhecidas e quase ignorava aquele disco estranho.
Ok, eu devia ter meus 13 anos... Já ouvia Beatles desde muito cedo, mas algumas coisas ainda me soavam diferente aos ouvidos.
Meu primeiro contato extra-músicas conhecidas ao grande público foi com She's Leaving Home. Aprendi ela numa aula do IBEU e me encantei com a melodia lírica.
Na sequência vieram With a Little Help from My Friend (a qual me identifiquei de imediato com a letra), Good Morning, Good Morning (a qual John depois mencionou ser a "sua música mais boba já gravada", isto devido já terem queimado canções como Strawberry Fields e Penny Lane em singles e não se repetiam eles em LPs naquela época), Getting Better...
A cada audição descobria mais uma coisinha, um detalhe...
Fui me apaixonando por aquele disco. E cada vez que lia a respeito ou imaginava as condições técnicas existentes na época, ficava mais encantado. Acho que hoje, ainda não existe disco tão bem produzido. São detalhes mínimos que fazem uma sonoridade diferente.
E pensar que tudo começou com a idéia de não tocar mais ao vivo. Cansados de toda gritaria e histeria, decidiram que não dava mais pra tocar ao vivo. Eles estava preocupados com sua música e queria evoluir. A idéia era fazer algo que não pudesse ser reproduzido ao vivo e, a exemplo de Elvis, que devido a sua carreira cinematográfica, não fazia mais shows e mandava seu Cadillac e pertences em excursões, Paul teve a idéia de fazer um disco apresentado e tocado pela Banda dos Corações Solitários do Sargento Pimenta.
A banda entraria, tocaria um número, apresentaria Billy Shears (o sósia que entrou no lugar do Paul, quando este "morreu") e, em seguida, viriam outros números, sem uma sequência harmoniosa ou lógica, para, no final, o Sargento voltar e fechar o disco.
A idéia era diferente de tudo que já havia sido feito!
Pra se ter uma idéia do impacto que o disco causou nas pessoas, na noite do dia em que foi lançado. Jimmy Hendrix tinha um show. Ele ficou tão encantado com o disco que, ouviu umas 30 vezes, até que tirou a faixa título e abriu o seu show com a música, dedicando-a "aos caras que reinventaram a música".
Foram diversos comentários. Uma revolução!
Até a capa, icônica, é revolucionária! Estão lá: Marlon Brando, Hitler (escondido), Mae West, Marlene Dietrish, referências aos Rolling Stones (pra mostrar que não eram bandas inimigas como muitos pensavam), pés de maconha, Marylin Monroe, Karl Marx, Stuart Sutcliff (ex-beatle), Bob Dylan, Edgard Allan Poe...
Fiquei feliz em saber que, para muitos, também há 40 anos, foi estranha a primeira audição. Mas, depois virou unanimidade: é o disco mais importante do rock!.
O mais legal é ouvir hoje e não me cansar de curtir arranjos e a maneira como foi produzido.
Existem livros sobre ele e inúmeros artigos. Mesmo conhecendo quase tudo a respeito, sempre existe uma novidade a ser descoberta.
Se você já ouviu, ouça de novo. Se nunca ouviu, está na hora de descobrir e entender porque ele é O disco!
Ah! E antes que eu me esqueça: Parabéns, Sargento!
Ao som de She's a Woman com o Macca.
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