11.6.07

ANARRIÊ

Junho. Mês de festas! Juninas, claro! Pois são em junho...

Junho também é o mês em que o brasileiro, como um povo festeiro que é, fala mais francês. É "Anarriê" pra cá, "Balancê" pra lá e muitos outros "ês" mais...

Mas, todo ano me pergunto: "de onde vem este quê de francês numa festa que, pra mim, é tão tipicamente brasileira?".

Já apelei ao São Google atrás de respostas, mas sem muito sucesso. É muita resposta e muito pouco esclarecimento concreto e fundamentado. Mas, mesmo assim, vamos à resposta mais convicente:

"Trazido para o Brasil por influência portuguesa, o festejo é resultante da aglutinação dos cultos pagãos em louvor a terra como a data de nascimento do santo católico João, que foi o preparador da vinda de Cristo. Por outro lado, os pesquisadores do folclore junino consideram Portugal como o país que conseguiu reunir ao seu espírito religioso as crendices, adivinhas, agouros e superstições de cultos desaparecidos, muitos deles de origem pagã.

Pela mão do colonizador, o costume de festejar São João entrou para o Brasil e ficou. Do ambiente rural passou para a cidade. Nela se procura, entretanto, sempre reviver os costumes rurais. Daí os trajes, a comida, a música, a dança, e o jeito de falar que nos remetem ao colonizador.

Sempre ligada a expressão de alegria, tristeza, ou dor, está a dança também presente nas comemorações do ciclo junino.

Uma delas se destaca pela freqüência com que ocorre e pela alegria: é a Quadrilha.

QUADRILHA – QUADRILLE

Por volta de 1820 a quadrilha já era dançada no Brasil. O costume vindo da Europa, como dança aristocrática, trazia porém a influência de antigas danças folclóricas da Inglaterra, onde desde 1815 já era dançada, sendo porém de origem francesa.
Surgida na França no século XVIII, a quadrilha originalmente se resumia em seis passos, conhecidos na época como:
- pas d'éte;
- poule;
- pastourelle;
- pantalon;
- boulangère;
terminando com o galop.

Veio para o Brasil pelas mãos dos mestres de orquestra de danças francesas.

Por longo tempo o "marcador", nome dado ao elemento que enumerando as suas diversas partes, determinava a realização da dança, orientava a mudança dos passos em francês.

Começando com a leveza do "Caminho de Damas", terminando com um galope que expressava toda a alegria dos pares que dançavam.Sendo uma dança eminentemente coletiva, sua perfeição se deve sempre ao equilíbrio dos movimentos, à atuação e ritmo quase sempre desenvolvido nos compassos Binário e Ternário.

Pertencendo inicialmente à classe aristocrática, a quadrilha começou porém a se popularizar. Sua aceitação invadiu a zona rural apresentando grande identidade com os festejos juninos.

Se na classe aristocrática a quadrilha era a parte mais alta nos festejos dos casamentos quando os noivos eram os dançantes mais importantes, ao se popularizar ganhou noivos de "mentira", para copiar uma festa que não era em essência sua, a começar pela língua que determinada pela voz do marcador, ordenava as mudanças na evolução da dança. Ainda restam algumas reminescências do francês como: o "balancê", o "anarriê" e o "anavantur".

Com a popularização das quadrilhas muita coisa mudou nos trajes, nos calçados, e no estilo marcado de dança, também conhecido como saruê (derivada do francês "soirée").
"

Tudo isso, aliado às crenças do povo nordestino, junto às comidas e músicas típicas, influenciaram para o nosso conhecido Festejo Junino.

Mas, ainda assim, acho que nada ainda me justifica as palavras afrancesadas na festa!

Crédito: Yahoo! Respostas

Ao som de Soraya Queimada, com Zéu Brito.

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